quarta-feira, 5 de setembro de 2012



A desfolhada tradicional minhota vai voltar ao Terreiro de Vila Nova de Cerveira no próximo dia 8 de setembro, sábado, a partir das 21h30. A organização é da Câmara Municipal, que conta com o apoio de vários ranchos folclóricos, entre outras entidades.
Festa, convívio e recuperação de usos e costumes que fazem parte da história da Vila marcam mais uma vez a edição deste ano da desfolhada tradicional minhota, em que intervêm o Rancho Folclórico e Etnográfico de Reboreda, Rancho Folclórico Infantil de Gondarém e Rancho Folclórico de Sopo.

Esta será também uma viagem ao passado quando era hábito, em Setembro ou princípios de Outubro, cortar as canas do milho, que posteriormente eram transportadas para a eira em carros de bois.
Na eira fazia-se então a desfolhada, entre cantares e sons tradicionais. À medida que se desfolhava o milho, amontoavam-se as espigas em cestos de verga, depois despejados no canastro ou espigueiro. O trabalho transformava-se assim em festa, sobretudo para os mais jovens, que participavam ativamente, sempre na esperança de encontrar o milho-rei e beijar o rapaz ou a rapariga de quem gostavam.

De acordo com a tradição, quem escontra o milho-rei deve dar também um abraço a todas as pessoas presentes. O convívio inclui comes e bebes, nomeadamente a broa e os enchidos da região e o vinho verde.

Será assim também no serão de sábado, em Cerveira, onde esta recriação da desfolhada tradicional já ganhou lugar de destaque nos eventos culturais de Verão.
 
Curiosidades:
- Antigamente, a desfolhada era uma oportunidade única para se aproximar fisicamente das raparigas, das namoradas, até das noivas porque, na época, as convenções sociais eram muitas e a vigilância por parte dos pais era muito apertada;
- O milho é uma das plantas cultivadas mais antigas. Estudos arqueológicos forneceram elementos que permitem afirmar que o milho já existia como cultura, ou seja, em estado de domesticação, há cerca de 4.000 anos e já apresentando as principais características morfológicas que o definem, botanicamente, na actualidade.
 

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