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(Fonte:http://beijos-de-algodao.blogspot.pt/2011/09/bienal-de-cerveira.html) |
Apesar da próxima edição da Bienal das Artes de Cerveira ser
só em 2013, hoje levamos até si a história por trás daquele que é o principal
evento artístico da região.
Apostando desde cedo na relação saudável e equilibrada entre
a tradição cultural e a criatividade contemporânea, Vila Nova de Cerveira desenvolveu
uma assinatura diferenciadora, ficando conhecido como “A Vila das Artes”,
oferecendo assim todas as condições para a realização de um evento como a
Bienal das Artes.
Em 1978, numa fase pós-ditadura, surgiu a necessidade de
intervenção artística como modelo recuperado de expressão livre. Neste contexto
de liberdade pós-repressão, o presidente da autarquia de Vila Nova de Cerveira,
Lemos Costa, proporcionou um ambiente excelente para a realização de eventos
artísticos. Jaime Isidoro, pintor e fundador da Bienal, recorda o desafio
proposto pelo presidente: “Arranje lá uma exposição de arte moderna para Vila
Nova de Cerveira”. E assim surgiu a I Bienal de Cerveira, e durante os dias 5 e
12 de Agosto de 1978 promoveu o intercâmbio de ideias para causar mudanças e
transformações a nível económico, social e cultural. Esta primeira edição
conseguiu reunir 400 obras de artistas nacionais e internacionais num pavilhão e
sob o mote de “levar a arte à rua”, a Bienal Internacional de Arte de Cerveira
afirmou-se como um evento de referência, sendo dos mais marcantes do país. Mas
nem tudo correu bem nesta primeira edição, não faltando polémicas. Recorda
Jaime Isidoro: “Numa das performances, a GNR entrou pelo pavilhão e acabou com
tudo. Era um artista que representava S. Sebastião, mas que estava nu. As
pessoas gritavam “É um homem nu e não percebiam que aquilo era arte!”. A
irreverência deste certame foi um grande choque para o Minho conservador, de
tal maneira que a segunda edição só foi possível realizar mediante algumas
restrições.
Após três décadas de existência e mais de 500 mil visitantes,
a Bienal é hoje uma marca com notoriedade nacional e internacional, sendo
espaço de sinergias e estímulo de criatividade e cultura. A sua incidência
geográfica tem sido alargada através da promoção de exposições e eventos
culturais noutros locais do Minho, da Galiza e até mesmo no Porto, proporcionando
assim um espaço de interacção, divulgação e projecção de artistas nacionais e
internacionais.
Em 2010, a Fundação Bienal de Cerveira é reconhecida como um
instrumento de interesse cultural e criativo, tendo como missão o
desenvolvimento do sector criativo e artístico e a projecção de uma imagem de
modernidade e qualidade de vida da região.
(Citações de Jaime Isidoro em entrevista ao DN no dia 9 de Agosto de 1998)
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