segunda-feira, 19 de março de 2012

História da Bienal de Cerveira

(Fonte:http://beijos-de-algodao.blogspot.pt/2011/09/bienal-de-cerveira.html)


Apesar da próxima edição da Bienal das Artes de Cerveira ser só em 2013, hoje levamos até si a história por trás daquele que é o principal evento artístico da região.
Apostando desde cedo na relação saudável e equilibrada entre a tradição cultural e a criatividade contemporânea, Vila Nova de Cerveira desenvolveu uma assinatura diferenciadora, ficando conhecido como “A Vila das Artes”, oferecendo assim todas as condições para a realização de um evento como a Bienal das Artes.

Em 1978, numa fase pós-ditadura, surgiu a necessidade de intervenção artística como modelo recuperado de expressão livre. Neste contexto de liberdade pós-repressão, o presidente da autarquia de Vila Nova de Cerveira, Lemos Costa, proporcionou um ambiente excelente para a realização de eventos artísticos. Jaime Isidoro, pintor e fundador da Bienal, recorda o desafio proposto pelo presidente: “Arranje lá uma exposição de arte moderna para Vila Nova de Cerveira”. E assim surgiu a I Bienal de Cerveira, e durante os dias 5 e 12 de Agosto de 1978 promoveu o intercâmbio de ideias para causar mudanças e transformações a nível económico, social e cultural. Esta primeira edição conseguiu reunir 400 obras de artistas nacionais e internacionais num pavilhão e sob o mote de “levar a arte à rua”, a Bienal Internacional de Arte de Cerveira afirmou-se como um evento de referência, sendo dos mais marcantes do país. Mas nem tudo correu bem nesta primeira edição, não faltando polémicas. Recorda Jaime Isidoro: “Numa das performances, a GNR entrou pelo pavilhão e acabou com tudo. Era um artista que representava S. Sebastião, mas que estava nu. As pessoas gritavam “É um homem nu e não percebiam que aquilo era arte!”. A irreverência deste certame foi um grande choque para o Minho conservador, de tal maneira que a segunda edição só foi possível realizar mediante algumas restrições.
Após três décadas de existência e mais de 500 mil visitantes, a Bienal é hoje uma marca com notoriedade nacional e internacional, sendo espaço de sinergias e estímulo de criatividade e cultura. A sua incidência geográfica tem sido alargada através da promoção de exposições e eventos culturais noutros locais do Minho, da Galiza e até mesmo no Porto, proporcionando assim um espaço de interacção, divulgação e projecção de artistas nacionais e internacionais.
Em 2010, a Fundação Bienal de Cerveira é reconhecida como um instrumento de interesse cultural e criativo, tendo como missão o desenvolvimento do sector criativo e artístico e a projecção de uma imagem de modernidade e qualidade de vida da região.

(Citações de Jaime Isidoro em entrevista ao DN no dia 9 de Agosto de 1998)

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