segunda-feira, 26 de março de 2012

Convento e Forte da Ínsua



Hoje trazemos a história de um dos cartões-de-visita do Minho, o Forte da Ínsua, localizado numa pequena ilha rochosa a cerca de 200m da localidade de Moledo do Minho.

De acordo com Rufo Avieno, um escritor Etrusco que descreveu toda a costa desde a Grã-Bretanha até ao Mar Negro no século VI a.C., na ilha da Ínsua existia um templo dedicado a Saturno, Deus dos Mares. Só muito mais tarde, com a expansão do cristianismo foi construída uma ermida que era conhecida por Santa Maria da Ínsua, pelos portugueses e designada pelos espanhóis por Santa Maria de Carmes. O Convento de Santa Maria da Ínsua começou a ser construído em 1392, para albergar os franciscanos. Esta primeira edificação era composta por uma casa com oratório, torre sineira e refeitório, sem quaisquer condições de defesa, sendo a vida dos frades passada em pobreza e penitência. Deve-se a descoberta dum poço de água doce, um de três únicos do mundo situados no mar, aos frades desta ordem.

O fim do século XVI e o inicio do século XVII foi um período marcado por vários ataques ao convento. Em 1580 deu-se a ocupação pela armada galega, em 1602 é atacado por corsários ingleses e em 1606 saqueado por piratas franceses. Estes ataques consecutivos fizeram com que muitos dos frades abandonassem a ilha, estando apenas 2 frades registados em 1623.

Entre 1649 e 1652 inicia-se a construção do Forte, pelas ordens do Governador das Armas da Província do Minho, D. Diogo de Lima, com a função de proteger o convento e a entrada no rio Minho, iniciando também a longa e difícil coexistência entre os frades e os soldados.

Após 1676 até inícios do século XIX, o Forte e o convento sofreram várias obras de reparação e remodelação, mas que não evitaram a sua ocupação pela armada espanhola, aquando das invasões francesas. Em 1834 extinguem-se em Portugal as Ordens Religiosas, ditando o abandono do Convento pelos frades, sendo integrado no património nacional.

Uma curiosidade do Forte e da ilha da Ínsua é o facto de quando a maré vaza, formam-se bancos que criam uma língua de areia que permite a deslocação a pé até ao forte. Este acontecimento dá-se geralmente, de 50 em 50 anos, tendo a última vez sido em 2001, ainda que o nível da água desse pelo joelho ou peito em algumas zonas. No entanto, enquanto este fenómeno não volta a acontecer, pode visitar a fortaleza através de barco disponibilizado pela Capitania do Porto de Caminha. Até já!

( Fonte das Imagens - http://img.photobucket.com/albums/v244/Arpels )

Vista sobre Moledo e o Forte a partir do Mte. Stª Tecla


Forte a partir da praia

Pôr-do-sol junto ao Forte

Forte em dias de tempestade

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