Hoje trazemos a história de um dos cartões-de-visita do Minho, o Forte da Ínsua, localizado numa pequena ilha rochosa a cerca de 200m da localidade de Moledo do Minho.
De acordo com Rufo Avieno, um escritor Etrusco que descreveu
toda a costa desde a Grã-Bretanha até ao Mar Negro no século VI a.C., na ilha
da Ínsua existia um templo dedicado a Saturno, Deus dos Mares. Só muito mais
tarde, com a expansão do cristianismo foi construída uma ermida que era
conhecida por Santa Maria da Ínsua, pelos portugueses e designada pelos espanhóis
por Santa Maria de Carmes. O Convento de Santa Maria da Ínsua começou a ser
construído em 1392, para albergar os franciscanos. Esta primeira edificação era
composta por uma casa com oratório, torre sineira e refeitório, sem quaisquer
condições de defesa, sendo a vida dos frades passada em pobreza e penitência.
Deve-se a descoberta dum poço de água doce, um de três únicos do mundo situados
no mar, aos frades desta ordem.
O fim do século XVI e o inicio do século XVII foi um período
marcado por vários ataques ao convento. Em 1580 deu-se a ocupação pela armada
galega, em 1602 é atacado por corsários ingleses e em 1606 saqueado por piratas
franceses. Estes ataques consecutivos fizeram com que muitos dos frades
abandonassem a ilha, estando apenas 2 frades registados em 1623.
Entre 1649 e 1652 inicia-se a construção do Forte, pelas
ordens do Governador das Armas da Província do Minho, D. Diogo de Lima, com a
função de proteger o convento e a entrada no rio Minho, iniciando também a
longa e difícil coexistência entre os frades e os soldados.
Após 1676 até inícios do século XIX, o Forte e o convento
sofreram várias obras de reparação e remodelação, mas que não evitaram a sua
ocupação pela armada espanhola, aquando das invasões francesas. Em 1834 extinguem-se
em Portugal as Ordens Religiosas, ditando o abandono do Convento pelos frades,
sendo integrado no património nacional.
Uma curiosidade do Forte e da ilha da Ínsua é o facto de
quando a maré vaza, formam-se bancos que criam uma língua de areia que permite
a deslocação a pé até ao forte. Este acontecimento dá-se geralmente, de 50 em
50 anos, tendo a última vez sido em 2001, ainda que o nível da água desse pelo
joelho ou peito em algumas zonas. No entanto, enquanto este fenómeno não volta
a acontecer, pode visitar a fortaleza através de barco disponibilizado pela
Capitania do Porto de Caminha. Até já!
( Fonte das Imagens - http://img.photobucket.com/albums/v244/Arpels )
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Vista sobre Moledo e o Forte a partir do Mte. Stª Tecla |
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Forte a partir da praia |
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Pôr-do-sol junto ao Forte |
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Forte em dias de tempestade |
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